Oi, tenho que te contar uma coisa.
No ultimo dia 13, segunda feira da outra semana, eu fui assaltada. 13/09/2010
Quando eu desci do ônibus e entrei na rua paralela a da minha casa, não tinha ninguém na rua, nem na minha frente e nem atrás, era 8:30 da noite.
Sempre ligo pro meu marido me buscar, mas como naquele dia eu estava com muita fome, liguei para ele ir adiantando o jantar e resolvei subir sozinha, já que teve dias em que cheguei quase 10 horas e nada havia acontecido, achei que era seguro.
Foi quando próximo a um bar (que neste dia já estava fechado) passei por um carro estacionado, como vidros escuros, mas nem dei atenção se havia alguém dentro.
Assim que passei pelo carro, saiu de dentro um cara, mais ou menos de 1,70 de altura, beiços largos, cabelo normal, e de cor de baiano (desculpa o preconceito), que me pediu logo a bolsa, e para ficar quieta se não me matava, e me mostrou a arma que estava na cintura da calça, era realmente uma arma, pode ser que era de brinquedo, mas resolvi não descobrir a verdade e passei a bolsa para ele. Ele pegou, entrou no carro e foi embora. Era um celta ou Ka, azul escuro, daqueles mais antigos com lanternas que parecem olhos orientais. Quando olhei vi só o carro indo embora com a minha bolsinha.
Fiquei em choque. Não corri. Não gritei. Não chorei. Só andei. Até ver a padaria que fica bem próximo do que aconteceu e lá estava uma viatura da policia.
Corri até ela e contei o que tinha acontecido para os policiais, que me mandaram ficar na padaria esperando enquanto eles davam uma busca.
Enquanto isso tentei ligar em casa, mas não lembrava o telefone. Tentei ligar no celular do meu marido, mas não estava conseguindo completar a ligação, e ai a policia voltou e me disse que não encontraram nada. Eles me orientaram a fazer um B.O. e então fui para casa. Começou a cair à ficha, e comecei a chorar, já na rua de casa em frente ao meu portão não conseguia chamar ninguém e só chorava desesperadamente. O que levou meu filho a ficar assustado. Meu marido revoltado e querendo ir atrás do ladrão, que só não foi porque o ladrão estava de carro e longe.
Não fiquei chateada de ele ter levado meu r.g. ou meu cartão do banco e de credito, dos 30 reais que eu tinha na carteira e do bilhete único com 40 reais.
Fiquei muito chateada de ele ter levado minha carteira que eu tinha a mais de dez anos, e da minha bolsa que comprei e terminei de pagar neste mês.
Minha nécessaire lilás, que ganhei do meu ex-chefe com meus batons, lápis e sombra para os olhos, pente e piranha. Tinha remédio. Tinha um anel. Tinha uma pedra olho de tigre.
Tinha umas moedas antigas e uma francesa que nunca mais verei.
O celular com o telefone de todos.
Um saquinho de renda preta, seda roxa e cordão dourado. Meu pen-drive com cópia de um livro caríssimo.
E para ficar um pouco mais assustada no dia, havia uma fatura que paguei com o endereço de casa e as chaves de casa também estava lá na bolsa.
É lógico que trocamos as fechaduras da casa na manhã seguinte, porque devido a hora não encontramos nenhum chaveiro aberto depois que saímos da d.p.
Mas o que mais me doeu foi um bilhete que minha mãe havia me deixado, escrito quando estava doente, falando de seu amor por mim.
Graças a Deus eu agradeço, por ele não ter me colocado no carro e me seqüestrado para tirar dinheiro no banco que eu também não tinha, de ter me batido ou espancado, ou que fizesse coisas piores.
Mas foi horrível.
